Capítulo 1 – INICIAÇÃO
AO VIOLÃO
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Antes de mais nada vamos fixar na cabeça os
conceitos básicos que vocês vão encontrar no decorrer desta apostila e que
precisam sabem para ir adiante.
Música - É a arte de combinar sons de uma maneira
agradável.
Melodia - Combinação de sons sucessivos;
Harmonia - Combinação de sons simultâneos;
Ritmo - Uma combinação de valores das notas
dispostas no tempo em que são executadas;
Existem maneiras diferentes de tocar o violão onde
temos:
Violão Cifrado O mais usado pelos violonistas onde
o instrumento é usado para acompanhar seu canto, dispondo de acordes ou
posições embutidos em um ritmo.
Violão Solado Um método mais aprofundado onde o
intérprete executa a melodia da música sem cantar. Muito usado em música
erudita onde os violonistas realizam verdadeiras "acrobacias" com o
instrumento.
* PARTES DO VIOLÃO
CABEÇA OU MÃO
§ Cravelha (Tarraxa)
O nome correto é cravelha, e tem por finalidade aumentar
ou diminuir a tensão das cordas do seu violão, e desta forma aumentar e
diminuir a tonalidade do instrumento. Há vários modelos de cravelhas, as de
fixação individuais ou agrupadas, abertas ou hermeticamente fechadas, os
melhores fabricantes utilizam em grande maioria as fechadas pois estas mantém a
lubrificação necessária internamente.
Nas cravelhas abertas é aconselhável a limpeza e lubrificação com óleo de máquina periodicamente, de forma a mante-las leves e livres do ferrugem.
As cordas devem ser colocadas de forma que para apertar as cordas o instrumentista faça um movimento anti-horário.
É necessário observar a seqüência que as cordas deverão ser postas nas cravelhas, a 6ª corda deve ser colocada sempre de forma a ficar na parte superior da cabeça, é a cravelha mais perto da pestana, e as cordas mais finas ficam nas próximas cravelhas, se houver cravelhas na parte inferior da cabeça do violão, a terceira corda ficará na cravelha mais distante da pestana a segunda corda na intermediária e a primeira na mais próxima da pestana do violão. Esta seqüência é utilizada universalmente, para evitar que tenhamos que ficar procurando visualmente onde estão presas as cordas.
Uma dica. Coloque a ponta das cordas na perfuração do rolo da cravelha e enrrole o resto da corda, você pode precisar de um pequeno pedaço de corda para reaproveitamento de cordas que venham a arrebentar próximo ao cavalete.
§ Capelinha
Em alguns violões para cordas de aço, encontramos a
cobertura do tirante também chamada de capelinha, que nada mais é que uma placa
de material sintético, presa a cabeça do violão com parafusos, que protege o
encaixe onde fica um parafuso de ajuste do tirante ajustável.
§ Tirante
Existem três tipos de tirantes os ajustáveis os em
formato de "T" e os ocos em formato de "O". O tirante é
colocado numa concavidade ao longo do braço.
O aumento ou a redução da tensão do tirante pode ajudar a fazer pequenos reparos em curvaturas criadas pela pressão das cordas no braço do violão.
O manuseio do tirante só deve ser feito após uma consulta cuidadosa nas instruções de manuseio que acompanham o instrumento.
O aumento ou a redução da tensão do tirante pode ajudar a fazer pequenos reparos em curvaturas criadas pela pressão das cordas no braço do violão.
O manuseio do tirante só deve ser feito após uma consulta cuidadosa nas instruções de manuseio que acompanham o instrumento.
É errôneo pensar que o tirante é capaz de corrigir qualquer tipo de empenamento do braço, há casos em que o ideal é mandar o violão para um especialista.
Para verificar se a curvatura do braço do seu violão está dentro dos padrões você deve inserir uma braçadeira na 1ª casa e pressione a 6ª corda uma casa acima do trasto da caixa (ver Escala) isto deve ser na 13ª ou 15ª casa dependendo do seu violão. Para verificar a concavidade, mede-se a distância entre a base interna da corda e a superfície dos 5º e 6º ou 7º e 8º trastos dependendo do trasto da caixa. A medida deve ficar entre 0,4 mm e 0,8 mm, um número maior que 0,8 mm quer dizer que você tem um violão com cordas pesadas demais, ou menor que 0,4 mm provavelmente ocorrerão trastejamentos, ou seja a corda bate nos trastos subseqüentes e isto significa que o braço necessita de ajustes.
Atenção, isto deve ser feito com todas as cordas soltas.
Para
diminuir a curvatura gira-se o tirante no sentido horário.
Para
aumentar a curvatura gira-se o tirante no sentido anti-horário.
O
giro não jamais poderá ser superior a uma volta completa.
Ponha
as cordas novamente e verifique se isto resolveu caso a curvatura continue
superior a 0,4 mm e 0,8 mm, consulte um especialista para evitar maiores
problemas.
BRAÇO
§ Pestana
Fica
no início do braço do violão. Em alguns instrumentos funciona como se fosse o
trasto zero e neste caso ela deve ter o mesmo formato que o braço, em sua
escala tiver, além desta função a pestana possui entalhes por onde passam as cordas,
e ajustam a distancia entre elas, e quando a pestana tem a função de trasto
zero, a profundidade destes entalhes é de grande importância, pois é ela que
regulará a altura das cordas, diminuindo ou aumentando a necessidade de esforço
do executante para toca-las e até prejudicando a afinação. As cordas devem sair
da pestana com a mesma altura dos trastos, para evitar que ao ser tocadas batam
nos primeiros trastos, neste caso o uso de cunhas de madeira colocadas sob a
pestana poderão ajuda-lo na realização de reparos temporários.
Antigamente
era comum o uso do marfim no rastilho e na pestana dos violões, hoje em dia a
escassez e o alto custo deste material fez com que os fabricantes tenham
substituído o marfim por outras substancias sintéticas.
§ Escala
A madeira utilizada para a construção da escala é o ébano
o jacarandá e outras madeiras duras.É uma peça de madeira colada na superfície
do braço e caixa do violão, onde estão encravados os trastos e botões que
servem para auxiliar o executante na localização das casas e geralmente se
localizam nas seguintes casas 7ª, 9ª e 12ª.
A
escala se junta a caixa de ressonância geralmente no 12º trasto, mas isso não é
uma regra, há violões em que a junção da caixa ao braço é feita no 14º. O
trasto que se localiza nesta junção, braço caixa de ressonância, recebe o nome
de trasto da caixa, após este trasto é comum que hajam só mais 6 trastos.
As
escalas dos violões de corda de náilon são em grande maioria planas, enquanto
que os violões de corda de aço e guitarras apresentam escalas levemente
abauladas, isto facilita a execução de acordes. As escalas de violões
utilizados para solos geralmente são mais largas, a distância maior entre as
cordas permite ao instrumentista a utilização efeitos como as puxadas.
§ Trastos
São
filetes metálicos, têm perfil em "T", e a parte superior é
arredondada com o intuito de evitar que estes metais venham a machucar o
executante. Nos instrumentos de cordas dedilháveis dividem o ponto numa série
de semitons. Apresentam-se nas mais variadas formas. Antigamente os trastos
eram bastante altos em relação ao braço do violão, isto prejudicava a execução
do instrumento.
Casas
Intervalos
entre um trasto e outro onde deverão ser postos os dedos. Para evitar que o
executante tenha que fazer esforço desnecessário, utilize os dedos sempre perto
do trasto direito da casa, mas nunca em cima do trasto. O número de casas é
geralmente 19 ou 22 no total.
§ Botões
Indicadores
que facilitam a localização do instrumentista nas casas do violão geralmente
são encontradas nas casas 7, 9, e 12, estes pontos de localização podem ser
colocados na frente da escala, na parte superior do braço ou simplesmente não
existirem.
CAIXA DE RESSONÂNCIA OU HARMÔNICA:
§ Tampo
É
a parte mais importante da caixa de ressonância, no que diz respeito ao timbre
do violão. A madeira mais utilizado para confecção dos violões de alta qualidade
é o pinho e o abeto embora haja no mercado até tampos feitos de madeira
compensada ou laminada.
A sequóia é muito utilizada pelos norte americanos devido a facilidade de encontrar este tipo de madeira nos estados unidos, além destas o cedro também é utilizado. O tampo pode ser plano ou abaulado, o plano muitas vezes tem um imperceptível abaulamento, este abaulamento é feito para evitar possíveis rachaduras provocados por impacto ou mudanças bruscas de temperatura.
§ Cavalete:
É
a sustentação do rastilho, e por sua vez também influencia no timbre do
instrumento, o cavalete pode ser móvel ou fixo. O cavalete móvel geralmente é
utilizado em violões de tampo abaulado, e a 12ª casa pode servir como base da
localização do cavalete móvel, pois o trasto da 12ª casa fica exatamente na
metade do comprimento de escala do violão, é ainda interessante salientar que a
6ª corda é 4,8 a 6,4 milímetros mais longa do que a primeira, isto deve ser
feito para compensar o aumento de tensão das cordas quando pressionadas.
O tipo de cavalete sinaliza o tipo de cordas a ser utilizada, existem cavaletes que tem encaixe para cordas de guitarra, outros apenas uma perfuração indicando que poderão ser utilizadas cordas de náilon ou aço e outros nos quais as cordas são presas por cravos e que também sugerem a utilização de cordas de guitarra.
O tipo de cavalete sinaliza o tipo de cordas a ser utilizada, existem cavaletes que tem encaixe para cordas de guitarra, outros apenas uma perfuração indicando que poderão ser utilizadas cordas de náilon ou aço e outros nos quais as cordas são presas por cravos e que também sugerem a utilização de cordas de guitarra.
Existem cavaletes que além da possibilidade de ajuste da extensão das cordas também possibilitam o ajuste de altura das cordas, mas para realizar um ajuste destes é necessário verificar se o braço não apresenta-se desajustado em relação à caixa de ressonância. As medidas da distância da corda até o primeiro trasto da caixa de ressonância varia dependendo das finalidades do instrumento.
Guitarras
1ª
Corda 1,60 mm
6ª Corda 2,40 mm
Violões
1ª
Corda entre 2,40 a 3,20 mm
6ª Corda entre 3,20 a 4,00 mm
§ Rastilho
O
rastilho fica encaixado no cavalete e é encarregado de transmitir a vibração
das cordas à caixa de ressonância. Antigamente era feito de marfim ou osso,
hoje em dia os materiais sintéticos tomaram este lugar, barateando os custos
das empresas. O rastilho mal posicionado pode provocar problemas de afinação, e
além disso é ele uma das partes do violão que influencia no timbre.
§ Boca:
É
o local por onde passa o som da caixa de ressonância, a boca também é um local
que influencia no timbre do violão, conforme o local em que é feita o tamanho e
a quantidade de bocas.
§ Roseta e o Mosaico
É
a decoração que circunda a boca do violão, e ao contrario do que se pensa, não
é só um enfeite, ela faz parte do acabamento do violão e tem a função de
reforçar o tampo na parte da boca, onde a madeira é frágil e recebe grande
quantidade de pressão da estrutura.
§ Escudo
É
muito comum em violões de aço encontrarmos uma proteção de material sintético
que fica na parte inferior do tampo, sua finalidade é proteger o tampo do
violão de arranhões provocados pelo pelo instrumentista ao tocar.
§ Faixa Lateral e
Fundo
Geralmente
são feitas do mesmo tipo de madeira, o melhor tipo de madeira utilizado é o
jacarandá brasileiro, mas alguns fabricantes europeus e norte-americanos estão
utilizando o jacarandá italiano, uma vez que a variedade brasileira está um
tanto quanto escassa. Outras madeiras utilizadas com freqüentemente e com bons
resultados são a nogueira africana, o mogno, o maple e o plátano.